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8 coisas que podem deixar sua casa brega ou sem estilo próprio

Quarto BregaQuarto Brega

No dicionário, “brega” está definido como aquilo “que se considera ser de mau gosto ou não ter refinamento”.

Embora seja bastante utilizada nas mais diversas situações, é uma palavra muito relativa, já que, na verdade, “brega” não é um conceito universal e está longe de ser uma unanimidade.

Você já deve ter ouvido falar, por exemplo, que ter um pinguim em cima da geladeira é cafona. E talvez até concorde com isso! Porém, provavelmente, a pessoa que decidiu ter o objeto em casa, gosta dele por algum motivo.

Pois bem: gosto é gosto. E cada pessoa deve ter liberdade para decorar sua casa utilizando os itens que julgar mais interessante. Não é, afinal, um objeto ou outro que terá o “poder” de tornar uma casa totalmente cafona, mas, sim, algumas atitudes equivocadas.

Você deve estar se perguntando “que tipo de atitude?”. E a resposta é: atitudes que, em resumo, estão relacionadas ao exagero e que mostram que o ambiente em que você vive não condiz com seu estilo/personalidade.

Pensando nisso, abaixo você confere algumas coisas que podem deixar sua casa brega e/ou sem estilo próprio e que, por isso, sugere-se que sejam evitadas.

1. Querer copiar a casa de alguém

Viu a decoração do apartamento de um famoso nas folhas da revista e gostou?! Ou ainda, entrou na casa dos seus vizinhos e achou o ambiente lindo? Ótimo. Mas isso não significa que você deva querer aplicar a mesma decoração na sua casa.

“Copiar o que achou bonito na revista ou na mostra de decoração, por exemplo, mas não saber aplicar ao teu espaço – que na maioria das vezes vai ser bem diferente daquele que você está copiando – é um grande erro”, destaca a designer de interiores Malu Goraieb.

Graziella Aguiar, arquiteta e consultora da Master House Manutenções e Reformas, ressalta que o maior erro que as pessoas podem cometer na hora de decorar é seguir um estilo ou um conceito que não se adéqua à sua realidade. “Nem tudo que funciona em uma residência, funciona para outra. Usar a decoração do vizinho ou da novela como referência é ótimo. Mas a cópia não vai funcionar, pois as medidas são outras, assim como as pessoas e a realidade que ali habitam”, diz.

“É importante ser leal às suas necessidades e gostos pessoais. Uma coisa só é considerada brega quando ela não condiz com a realidade de quem está a usufruindo. Uma vez o estilo definido, fica fácil combinar cores e tecidos dentro dele, trazendo a harmonia esperada ao ambiente”, acrescenta a arquiteta.

2. Decorar usando itens aleatórios que não harmonizam entre eles

“Costumo dizer aos clientes da Master House que a decoração é como escolher uma roupa. Você pensa na ocasião, no conforto e no visual para definir seu ‘look do dia’. Na decoração ocorre o mesmo”, comenta Graziella.

“Quando se usa peças aleatórias sem planejamento, pode haver uma poluição visual ou mesmo um fluxo com obstáculos. A pessoa, muitas vezes, acaba gastando até mais do que se houvesse planejado tudo para um resultado satisfatório”, destaca a arquiteta.

Algumas pessoas, por exemplo, gostam de colocar manta no sofá. Graziella explica que a melhor maneira de usá-la é, com certeza, achar um tom que fique harmônico com o sofá e com os demais itens de decoração. “Não precisa ser exatamente do mesmo tom do sofá, mas precisa combinar com algo da sala como um todo. Uma cor de destaque bem escolhida sempre acaba tendo um efeito agradável”, diz.

3. Exagerar nas cores

Parede de uma cor, sofá de outra; piso em um tom e móveis em outro… Às vezes é preciso cuidado para não exagerar no uso das cores.

“É preciso seguir uma linha de raciocínio. Pensar cuidadosamente. Cor é onde as pessoas mais erram, pois muitas vezes não é possível imaginar muitas combinações. É importante comparar as amostras de tudo, cor de materiais que vão ser usados, pensar no tom do piso, no tipo de iluminação do ambiente, tendo cautela”, destaca Graziella.

4. Exagerar no uso de tapetes

Os tapetes são itens interessantes na decoração. Malu explica que eles tendem a proporcionar maior conforto ao ambiente, mas eles devem ser escolhidos de acordo com o fluxo e a circulação que haverá no espaço.

Ao escolher o tapete, Malu explica que é preciso levar em contar qual será o uso dele:

Tapetes decorativos tipo Persa: preenchem a decoração dando cor e vida. Eles compõem e geralmente são o centro das atenções. Ideais para halls de entrada, salas de estar e quartos.

Tapetes antiderrapantes: protegem o morador de um piso escorregadio. Geralmente estão ali para auxiliar e não decorar, portanto, não precisam ser o centro das atenções. Ideais para banheiros e corredores.

Tapetes mais peludinhos: são ideais para salas de TV e quartos, onde crianças e adultos que gostem de sentar no chão possam ficar à vontade. Esses tapetes harmonizam super bem quando têm cores neutras ou uma cor só. Ótimos quando são antialérgicos.

Tapetes de fibra e tapetes de sisal: são ótimos para áreas de grande circulação. Tendem a deixar o ambiente mais rústico. Ideais para praia.

Tapetes de couro: são peças coringa e tendem a deixar os ambientes mais sofisticados. O pelo e o toque podem variar tanto a combinação que o tapete se torna versátil, vai do rústico ao moderno.

“A regra para harmonizar os tapetes com a decoração é: equilíbrio. Ou colore o ambiente, ou colore o tapete. Basta tomar cuidado para não exagerar e deixar o ambiente muito carregado de informações. Menos é mais”, destaca a designer de interiores.

5. Exagerar no uso de porta-retratos

Malu destaca que porta-retrato é um item muito pessoal. “Tem quem goste, e tem quem considere brega”, diz. “Assim como devemos ter cuidado para não exagerar nas estampas, devemos ter cuidado para não exagerar na quantidade de fotos”, acrescenta.

A designer de interiores explica que, às vezes, um porta-retrato, com uma foto bonita, colorida ou em preto e branco, pode valorizar mais o ambiente e a própria foto do que uma dúzia de porta-retratos.

“É interessante ver os porta-retratos como obra de arte em uma galeria, onde uma peça tende a ser mais valorizada quando sozinha do que quando exposta muito perto de outras. A não ser que elas tenham algo em comum, como a cor, que vai dar a sensação de uniformidade ao contexto”, destaca Malu.

6. Não harmonizar vasos e flores

Malu destaca que vasos e flores sempre trazem vida ao ambiente. “Mas assim como porta-retratos, quadros e pôsteres, é legal que eles tenham harmonia nas cores”, diz.

A designer de interiores explica que uma flor colorida se destaca em um vaso neutro; enquanto flores neutras se destacam em vasos coloridos. “É uma questão de harmonia e equilíbrio visual”, ressalta.

7. Colocar quadros em qualquer lugar da casa

Não há mal algum em colocar quadros na casa. Pelo contrário. Mas é sempre interessante pensar em que local eles serão colocados.

Graziella destaca que adornos em geral devem ser sempre ligados ao gosto pessoal dos moradores. “Quadros muitas vezes contam histórias, passam determinada mensagem sobre os gostos pessoais da pessoa, sua história e modo de vida. A quantidade é relativa. Depende do estilo da decoração e do morador”, diz.

“O que sempre prezo é que os quadros sejam colocados de acordo com uma luz e altura corretas para que sejam devidamente apreciados”, acrescenta a arquiteta.

8. Tentar mostrar o que você não é

O problema não está em colocar um item ou outro que você ache legal na decoração da sua casa. Brega mesmo é utilizar sua casa para demonstrar ser alguém que, na verdade, você não é, para impressionar/agradar os outros.

Se você não liga muito para televisão, por exemplo, não precisa gastar dinheiro para comprar aquela TV de última geração somente para exibi-la na sala (já que você recebe visitas com frequência e imagina que elas vão reparar nisso).

Se você não tem o costume de tomar vinho, não precisa se preocupar em comprar uma adega bacana igual a que você viu, por exemplo, na casa de um amigo…

Esses são apenas alguns exemplos para mostrar que você não deve comprar, ou deixar de comprar, e nem alterar nada na decoração da sua casa para agradar as pessoas que visitam sua casa (ainda que essas sejam pessoas por quem você tenha grande carinho e respeito).

Afinal, quem mora na casa é você! E não tem nada de mais bom gosto do que ser autêntico, do que respeitar quem você é.

O que levar em conta na hora de decorar sua casa

Mas, afinal, o que levar em conta na hora de decorar? Não é mesmo necessário se preocupar com as tendências e opiniões alheias?

Graziella explica que a primeira coisa a ser analisada é o que você espera do ambiente, “qual seu propósito, sua funcionalidade, quais atividades pretende executar em cada parte dele”.

“Após responder essas questões, é importante pensar no gosto daqueles que mais vão frequentar aqueles ambientes: os moradores. É preciso levar em consideração os gostos pessoais e principalmente os desgostos. É importantíssimo não ter em casa algo que não goste”, destaca a arquiteta.

Graziella ressalta que as tendências servem para sugerir, não para impor! “Se dentro do gosto pessoal e da funcionalidade do ambiente, a tendência se adequar, ótimo. Mas ela não deve ser algo limitador”, explica. “O importante é sempre o bem-estar daqueles que frequentarão os ambientes da casa”, finaliza.

Por que contar com a ajuda de um profissional na hora de decorar

Para evitar pequenos “deslizes” na decoração de uma casa, o melhor caminho é sempre contar com as orientações de um(a) profissional da área.

“O bom profissional vê além da estética, se preocupa com a forma, com o conteúdo e com o espaço. Direciona o cliente e o ajuda a organizar suas escolhas. Transmite, através do projeto, as ideias para o cliente de forma harmônica e ergonômica, valorizando assim o design de interiores”, finaliza Malu Goraieb.

Então, se você puder contar com um profissional que a ajude com a decoração, ótimo. Se não for possível, tudo bem, lembre-se que a sua casa deve ter a sua cara (e dos demais moradores). Revistas, mostras de decoração, a casa de amigos etc. servem como inspiração, mas nunca para ditar definitivamente o que você deverá utilizar ou não nos seus ambientes!

 

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